quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Instinto

Uma rápida busca no Google nos mostra duas definições para o título desta postagem: 

instinto
substantivo masculino
  1. 1.
    impulso interior que faz um animal executar inconscientemente atos adequados às necessidades de sobrevivência própria, da sua espécie ou da sua prole.
    "i. reprodutor"
  2. 2.
    impulso natural, independente da razão, que faz o indivíduo agir com uma finalidade específica.
    "i. materno"

O falatório sobre Instinto Materno nos acompanha desde antes mesmo de tomarmos a consciência devida sobre classe familiar, sociedade ou regras morais. Talvez seja porque a proteção da mãe sempre foi nos passada como uma coisa natural... algo que não poderia não existir. Ela é a primeira voz que ouvimos, o primeiro coração que sentimos pulsar, o primeiro alimento que toca a nossa boca, e o primeiro braço a nos acalentar. Ela é a primeira pessoa a nos defender de outras crianças que queriam tomar nossos brinquedos no parquinho, e a primeira pessoa a nos fazer distinguir o certo do errado. 
Todas essas coisas, no meu pensar, são parte deste instinto. São atos genuinamente não egoístas, centrados em um segundo serzinho, e não em nós próprias. Logo a partir da concepção, começamos a nos surpreender com a força do "querer" da maternidade. Nós deixamos de ter opinião própria. Não existe mais o EU por si só. Tudo é praquela pessoinha, que nem está ali ainda, que nem tem um rosto! A verdade é que você pode ter planejado um filho por 10 anos, mas somente o dia a dia lhe mostrará que a maternidade tem 80% a ver com instinto e 20% a ver com planejamento. Se torna um processo natural, independente da razão (adorei isso) como nossa querida definição nos diz lá em cima. 
Um fato ocorrido no mês passado me deixou totalmente inquieta e com o coração queimando! Provavelmente o mundo inteiro veiculou a notícia da Mãe Chinesa que morreu em uma escada rolante de um shopping. A imagem está disponível na internet, e é bem chocante. A mãe estava subindo com seu filhinho de 2 anos, quando o alçapão do fim da escada abre e a suga para baixo. Tudo aconteceu muito rápido, mas o que chama a atenção é que, em meio a dor que aquela mulher devia estar experimentando, tendo o corpo esmagado pela engrenagem, e o choque, a única coisa que ela faz antes de desaparecer no buraco é erguer o filho para entregar a duas vendedoras que estavam no topo da escada.
NADA definiria melhor o instinto. Até em uma situação extrema como essa, a mãe se coloca em segundo em sua escala de prioridades, Entre a sua vida e a do seu filho, ele ganha. Não é racional! É reservar o último pão do armário para seu filho, e acalmá-lo dizendo: mamãe não está com fome hoje. É estar detonada no fim do dia e não resistir a um: vamos brincar de boneca comigo mamãe? É estar no banco de trás do carro com o filho e em uma freada brusca, passar a mão por ele, mesmo sabendo que você está desprotegida enquanto ele está mais seguro em sua cadeirinha. É morrer para que ele possa viver. Aaah, então por isso o tão comentado dizer: o amor de mãe é o que mais chega perto do amor de Deus!
Fazendo este texto eu parei pra pensar, não no meu amor para com a minha filha... mas no amor da minha mãe para comigo. Aos meus olhos, sempre forte, uma leoa que esmagaria qualquer um que chegasse perto de mim! E ainda assim doce, colocando nossas necessidades sempre em primeiro lugar. Ainda hoje, os três filhos crescidos, só conseguimos vê-la tranquila quando ela sabe que os três estão bem. Só se cuida, quando os outros estão cuidados. Com os netos então, é um capitulo a parte. Tudo isso multiplicado por mil! Então eu paro pra pensar... e as vontades dela? E o querer dela? Onde fica? Quem proporciona? Talvez o desapego por si mesma seja tão grande, que ao perguntarmos ela diga: o que me faz feliz e realizada são vocês e meus netos! Sei que essa seria sua resposta, certeza! E eu vou seguindo pelo mesmo caminho, orgulhosa de ser parte como ela, como minha heroína! 
Esse texto de hoje é um desabafo e uma homenagem, a minha mãe, a essa mãe chinesa, e a todas as mães de verdade anônimas que andam por aí, salvando e mudando a vida de seus filhos todos os dias. amando um amor desconhecido, arrebatador. Independente da razão!



Michelle Vargas

Nenhum comentário:

Postar um comentário